Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. The Rhythm
of Freedom
2. Tornado of
Thoughts (I Don’t Think Therefore I Am)
3. Saints Don’t
Die
4. Dhyana
5. Rebirth from
Despair
6. The Power
Process
7. The Illusory
Self
8. Satori
9. Maya (The
Veil of Delusion)
10. The Flaming Rage of God
11. Set Me Free
Banda:
Mark
Jansen - Vocais guturais
George
Oosthoek - Vocais guturais
Henning
Basse - Vocais limpos (masculinos)
Adam
Denlinger - Vocais limpos (masculinos)
Laura
Macrì - Vocais limpos (femininos)
Marcela
Bovio - Vocais limpos (femininos)
Frank Schiphorst - Guitarras
Merel Bechtold - Guitarras
Arjan Rijnen - Guitarras
Jord Otto - Guitarras
Jack Driessen - Teclados
Roel
Käller - Baixo
Ariën
van Weesenbeek - Bateria
Ficha Técnica:
Joost van den Broek - Produção, engenharia de som,
edição, mixagem
Jos Driessen - Engenharia de som, edição
Darius van Helfteren - Masterização
Jan Chalupecký - Condutor (orquestra)
Jan Holzner -
Engenharia de som (orquestra)
Stefan Heilemann - Direção de arte, design
Elianne Anemaat
- Violoncelo em “Dhyana” e “The Illusory Self”
Roman Huijbreghs - Violões em “Dhyana”
Joost van den
Broek - Teclado solo em “The Rhythm of Freedom”
The City of Prague Philharmonic Orchestra (Orquestra
Filarmônica da Cidade de Praga) - Orquestra
Contatos:
Site Oficial: www.mayanofficial.com
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Existem bandas que vão
criando algo conforme os anos vão passando, lapidando-as de uma forma em que a
personalidade vai aparecendo cada vez mais aos nossos ouvidos. E não é de se
surpreender que o supergrupo MAYAN mereça tanto destaque e atenção por
parte de todos, seja público ou crítica. E mostrando que eles ainda estão com
muita lenha para jogar na fogueira, vem “Dhyana”, terceiro álbum da
banda, e talvez um dos melhores lançamentos desse disputado ano. E é uma beleza
poder saber que a parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear
Blast Brasil nos brinda com a versão nacional desse disco.
A verdade é que não se
poderia esperar menos do grupo. Tendo à frente Mark Jansen do EPICA
e Jack Driessen (ex-AFTER FOREVER), além de um time e tanto de
músicos (com passagens por nomes como GOD DETHRONED, ABORTED, SYMMETRY,
PROSTITUTE DISFIGUREMENT, REVAMP, CELESTIAL SEASON, ORPHANAGE, KARMAFLOW,
KAMELOT, entre outros), o grupo não tem como errar. E agora, adicionando ao
multifacetado Symphonic Death/Black Metal que eles fazem, tem-se a The City
of Prague Philharmonic Orchestra (ou seja, a Orquestra Filarmônica da Cidade
de Praga, a mesma que gravou as partes orquestrais de “Death Cult
Armageddon” do DIMMU BORGIR e é conhecida pelo trabalho em peças
como “Anibal” e “A Chegada”, e cujo custo foi bancado por um
projeto “crowdfunding”), aumentando o leque de possibilidades musicais do
grupo. Os velhos elementos de seus discos anteriores continuam aqui, agora mais
bem lapidados, mais maduros, mas ainda com aqueles contrastes de beleza
sinfônica melodiosa com partes agressivas, vocais que se alternam entre timbres
guturais e limpos, além de uma boa mostra de técnica. Óbvio que não é um
trabalho lá tão simples de ser digerido por muitos fãs (pois leva um bom tempo
para se assimilar o disco como um todo), mas “Dhyana” é de uma beleza
ímpar, e capaz de seduzir até o mais chato dos fãs de Metal.
A produção de um trabalho
dessa magnitude não é trivial, e demanda tempo, conhecimento e paciência de
quem vai segurar as rédeas. Mas Joost van den Broek repete o trabalho feito
em “Antagonise” e cuidou da produção, mixagem, engenharia de som e
edição (e é conhecido por seus trabalhos com bandas como After Forever,
Ayreon, Epica, Karmaflow, Powerwolf, Xandria, entre outros), tendo Darius
van Helfteren na masterização. Tudo para que “Dhyana” superasse as
expectativas, e é isso que temos: uma sonoridade capaz de ser limpa e
agressiva, de conseguir fazer com que o grupo se expresse em todas as suas
possibilidades musicais, com todas as nuances necessárias, sem que algo seja
perdido ou fique oculto. E sem mencionar que a escolha de timbres instrumentais
é de primeira.
Sabendo transitar entre o
sinfônico e o brutal, o MAYAN mostra-se uma banda com disposição para
ser diferente, para criar a partir de elementos musicais díspares. E a
complexidade das canções transpira nos temas líricos, já que eles tratam de
como despertarmos de estados nocivos em nossas mentes para algo livre, e
descobrirmos quem somos de fato. E quanto às músicas, é o pico criativo da
banda, pois é a maturidade é incrível, pois todas as influências musicais se
mesclam de forma que se perceba apenas o grupo.
Belas orquestrações e
muitas mudanças de ritmo ocorrem em “The Rhythm of Freedom” (tudo vai do
brutal ao suave sem pudores, apresentando ótimos teclados, além de um trabalho
de baixo e bateria de primeira), mesmos elementos que surgem na diversidade
melódica de “Tornado of Thoughts (I Don’t Think Therefore I Am)” (reparem
como os vocais se alternam em timbres de forma consensual). Mais melódica e
profunda é “Saints Don’t Die”, que mesmo em seus momentos mais
agressivos possui uma estética elegante (e que riqueza melódica em termos de
riffs). “Dhyana” é curta, toda feita em teclados e violões, além de
partes de violoncelo, com belíssimos vocais femininos (alguns momentos de tons
operísticos são lindos), e serve como preparação para “Rebirth from Despair”,
que é mais brutal, com tempos não tão velozes e que realmente são cheios de
energia (mas não se iludam, existem trechos melódicos lindos, onde os teclados criam
uma ambientação cativante). Novamente com o lado mais sinfônico evidente e
recheado de vocais femininos lindos, temos “The Power Process” (os
duetos de vozes são lindos). Transitando entre brutalidade, melodia e
elegância, temos a bem construída “The Illusory Self”, cheia de influências
de música clássica no meio de partes de guitarras (que são temperadas por
teclados providenciais). “Satori” também é curta e orquestral, grandiosa
e focada em teclados e vozes femininas, antecipando o jeito melódico
influenciado pelo Death Metal de Gotemburgo nos riffs de guitarras de “Maya
(The Veil of Delusion)” (embora o recheio de orquestrações e partes
sinfônicas seja uma “trademark” dos holandeses). Seguindo a mesma toada, temos “The
Flaming Rage of God”, onde harmonias não convencionais são ouvidas, bem
como as parte de baixo e bateria mostram maestria nas mudanças de tempos. E fechando,
“Set Me Free”, que tem algo que nos lembra as experimentações orquestrais que o
DIMMU BORGIR usou em “Abrahadabra”, ou seja, uma canção um pouco
mais simples que as anteriores, mas com belas melodias.
O MAYAN vem
mostrando que quer mais espaço e reconhecimento. E “Dhyana” é o disco
certo para isso, pois mostra o quanto eles têm personalidade.
Nota: 100%
The Rhythm Of
Freedom: https://www.youtube.com/watch?v=Ba2DyMTl6XM
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