terça-feira, 30 de julho de 2019

ASMODEUS - Parabellum


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Guerra
2. Escravos do Mal
3. PNCDBA
4. Sangue de Minhas Mãos
5. Ilusão
6. Tortura Mental
7. Poder Fracassado
8. Pobre Diabo


Banda:


Elineudo Morais - Vocais
Fábio Morcego - Guitarras
Anderson Frota - Baixo
Acácio Vidal - Bateria


Ficha Técnica:

Asmodeus - Produção
Taumaturgo Moura - Gravação, Mixagem, Masterização
Iuri Corvalan - Artwork (capa)


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria: ac.frota@uol.com.br
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

As primeiras bandas do Metal extremo dos anos 80 tiveram profundo impacto no cenário brasileiro. Basta ver como SEPULTURA, HOLOCAUSTO, SARCÓFAGO, MUTILATOR, e outros tantos ostentavam claras influências de nomes como VENOM, SODOM, DESTRUCTION, SLAYER, KREATOR, POSSESSED e outros.

E não é de se admirar que um remanescente dos anos 80, o quarteto ASMODEUS, de Fortaleza (CE) mostre personalidade em “Parabellum”, seu primeiro registro.


Análise geral:

O quarteto surgiu nos anos 80, e esteve em hiato de 1986 até 2015, sem nunca ter deixado um registro fonográfico. Mas finalmente, o fizeram ano passado, e verdade seja dita: eles têm o que dizer com seu Thras/Black/Death Metal à lá anos 80.

Embora influenciados por bandas seminais de Metal extremo como BATHORY, VENOM e DESTRUCTION, pulsa na música da banda influências da NWOBHM e mesmo do Metal dos anos 70, dando uma diversidade que funciona bem, e diferente de muitos outros que estão preocupados em emular os anos 80, isso flui deles de forma espontânea.

Aliás, diga-se de passagem: que energia a música deles possui, além de uma agressividade Old School muito bem moldada por harmonias simples e diretas, mas ótimas.


Arranjos/composições:

Assim como os mestres do passado, o grupo não faz algo tecnicamente exagerado. Longe disso, a técnica da banda é simples, mas os arranjos espontâneos de suas canções são impressionantes de tão pegajosos. Sim, eles são capazes de seduzir os ouvintes.

E mesmo na simplicidade, os andamentos mostram um conjunto bom e diversificado.


Qualidade sonora:

A banda bem que poderia ter tido algo um pouco mais moderno para afiar suas influências. O som ficou mais cru que o necessário, mas não ao ponto de danificar seus esforços, ou mesmo de transformar a audição de “Parabellum” em algo complicado, que necessite de esforços. Não, tudo flui bem, soa bem, embora essa crueza 80 pudesse ser descartada em prol de algo mais bem delineado.

Já os tons instrumentais possuem um charme Old School muito bom.

Uma dica ao grupo: gravem com esses tons instrumentais, mas busquem algo mais definido. Se puderem, Joel Grind (do TOXIC HOLOCAUST) é um mestre nisso.


Arte gráfica/capa:

Iuri Corvalan assina a capa de “Parabellum”, que é bem simples e direta, mas deixa claro que o grupo vem disposto a detonar ouvidos e provocar torcicolos.


Destaques musicais:

Sem querer traçar referências desnecessárias, o trabalho do grupo poderia ser comparado aos mestres do KORZUS em “Sonho Maníaco” e DORSAL ATLÂNTICA em “Antes do Fim”, ou seja, cantado em português e capaz de deixar os ouvidos apitando.

“Guerra” é simples, direta e ganchuda, exibindo um andamento forte e coeso, perfeito para gastar os ossos dos pescoços alheios, enquanto “Escravos do Mal” mostra aquele Power/Black Metal de raiz cheio de influências de Hardcore e JUDAS PRIEST, com vocais e guitarras muito bem colocados. Um pouco mais refreada e melódica é “PNCDBA”, uma instrumental curta que antecede a veloz e agressiva “Sangue de Minhas Mãos”, outro Thrash/Black Metal anos 80 em termos sonoros, mostrando vocais agressivos em tons normais muito bons. Em “Ilusão”, a banda revisita influências de Hard Rock setentista à lá BLACK SABBATH e BLUE OYSTER CULT, com boa presença de baixo e bateria, e embora um pouco mais veloz (e apresentando boas conduções nos dois bumbos), “Tortura Mental” também tem um toque de Metal anos 70 muito bom. Agressiva e brutal é “Poder Fracassado”, com um ritmo levemente cadenciado, criando uma aura Rock ‘n’ Roll sujo á lá MOTORHEAD, o que permite boas melodias surgirem das guitarras. E bem cadenciada e causticante é “Pobre Diabo”, com riffs à lá CELTIC FROST muito bons.

Ah, sim: “Parabellum” pode ser ouvido nas seguintes plataformas digitais.



Conclusão:

Pode-se aferir que o ASMODEUS consegue com “Parabellum” recuperar o tempo, mas que venham logo com algo novo.

Os fãs merecem uma banda assim.


Nota: 8,1/10,0


Bandcamp

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