Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Heavy Metal Rock Records
Nacional
Tracklist:
1. Intro
2. The Wind Tries to Say Something
3. O Saber
4. Chaos
5. Redundant Lies Become Truths
6. A Pale Tone
7. Endorphin
8. Out of my Control
9. Instrumental
Banda:
William
Gonçalves - Todos os Instrumentos, Vocais Limpos
Guilherme
Malosso - Vocais Guturais, Vocais Gritados
Ficha
Técnica:
William
Gonçalves - Produção, Artwork (exceto Capa)
Douglas
Martins - Produção, Mixagem, Masterização
Carlos Fides
- Arte da Capa
Contatos:
Site Oficial:
Instagram:
Assessoria:
E-mail: lowserotoninband@gmail.com
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
Experimentalismos
de vanguarda no Metal nacional são raridades, pois ainda rege um forte
conservadorismo musical no cenário. Eles são pouco, mas existem, e em geral,
sempre são trabalhos diferenciados, longe do ponto comum.
E a cidade de
Americana (SP) sempre foi fértil para nomes promissores. E um deles é o do LOW LEVELS OF SEROTONIN, que chega
com seu primeiro trabalho, “Katharsis”, lançado pela Heavy Metal Rock Records.
Análise
geral:
A verdade é
que o LOW LEVELS OF SEROTONIN nasce
de ideias musicais de William Gonçalves,
ex-membro do DESDOMINUS, que criou
um híbrido de Doom Death Metal com influências introspectivas, gerando algo que
soa ríspido, agressivo, mas melancólico. E soa completamente diferente do que
se ouve por aí.
Sim, é bem
diferente, pois de momentos Death Metal com toques de Black Metal agressivos,
logo surgem inesperadas partes sombrias e densas. E isso realmente surpreende,
pois o “approach” da banda é bem não-convencional.
Arranjos/composições:
Basicamente,
o grupo surgiu em 2017, e William veio desde então trabalhando nesse material.
A verdade é: realmente esse conjunto de influências ser transformado em música
não é difícil, mas soar pessoal o é. E “Katharsis” soa bem pessoal.
Nos momentos
mais intimistas, surgem influências que vão do Doom Metal ao Jazz Rock “noir” (como
ouvido em “A Pale Tone”), e os agressivos também mostram abertura musical
a outros gêneros. Isso proporciona uma energia diferenciada ao trabalho, algo
que realmente embala o fã, algo que seduz os sentidos. Isso graças a arranjos
bem feitos, à fluência de muitas influências.
Qualidade
sonora:
Tendo o
ex-colega de DESDOMINUS, Douglas Silva produzindo, mixando e
masterizando o disco (sendo que Douglas
também é o cabeça do DEEP MEMORIES),
a verdade é que a criação da qualidade sonora de “Katharsis” é ótima,
clara e bem feita, agressiva quando necessário, densa e melancólica em outros
momentos, mas sempre cristalina, com tudo claro aos ouvidos.
E mesmo a
escolha de timbres é muito boa, em que pese que a bateria poderia soar melhor.
Arte
gráfica/capa:
A capa é
assinada por Carlos Fides, dando a
clara ideia do que o grupo mostra musicalmente, e o restante da arte (inclusive
a diagramação do encarte) é do próprio William.
Destaques
musicais:
Em cada
momento de “Katharsis”, o ouvinte precisa estar de mente aberta, e
preparada para surpresas, pois a Esfinge
de Édipo está diante dele no CD player.
Após uma
introdução enigmática, vem “The Wind Tries to Say Something”,
uma canção que apresenta foco nas mais partes mais agressivas, mas sempre
permitindo que boas melodias fluam nas guitarras, o mesmo tipo de elementos
encontrados em “O Saber”, que é mais técnica e com vocais guturais de primeira
intercalados com levadas empolgantes e melodias melancólicas. Em “Chaos”,
contrastes de riffs de guitarra ríspidos e vocais guturais com partes de
melodias melancólicas surgem aos borbotões (mesmo com alguns momentos mais rápidos
e ganchudos), elementos similares ao que se ouve em “Redundant Lies Become Truths”.
Já “A
Pale Tone” mostra algo bem soturno e introspectivo como as bandas de
Doom Gothic da segunda metade dos anos 90, embora existam partes de teclados
grandiosas. “Endorphin” é uma instrumental mezzo Gothic Rock, mezzo Heavy Metal por conta dos
contrastes entre partes de peso e melancolia. Já com algumas partes Death/Black
anos 90 bem evidentes e bem vindas, tem-se “Out of my Control”, mas quando as
partes mais Doom à lá TIAMAT/MOONSPELL antigos
surgem, não há como não notá-las, e que solos de guitarras. E fechando, tem-se uma
instrumental feita basicamente nos teclados, bem ambientada e com uma aura
depressiva enorme.
Não é um
disco muito simples de assimilar, mas vale a pena!
Conclusão:
O LOW LEVELS OF SEROTONIN veio para ficar
com “Katharsis”,
verdade seja dita. Agora, é ouvir e aproveitar essa viagem de vanguarda.
Nota: 8,7/10,0
Out of My Control
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