Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Metal Blade Records
Importado
Tracklist:
1. Awakening
2. Divide & Conquer
3. Salvation
4. Manifest Reality
5. Killing Machine
6. Death Valley
7. Revolution
8. Something to Believe
Banda:
Phil Rind - Vocais, Baixo
Wiley Arnett - Guitarras
Joey Radziwill - Guitarras
Dave McClain - Bateria
Ficha Técnica:
Arthur Rizk -
Produção
John Aquilino -
Engenharia de Som, Mixagem
Maor Appelbaum -
Masterização
Paul Stottler -
Artwork (capa)
Contatos:
Site Oficial:
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
A escola de Thrash Metal norte-americana, por mais que
muitos pareçam ignorar, é muito maior do que o Bay Area Thrash Metal de San
Francisco ou o NYTM de Nova York. Muitas bandas vieram de outros cantos, como PANTERA de Arlington (Texas), SLAYER de Los Angeles (Califórnia), FLOTSAM AND JETSAM de Phoenix
(Arizona)... São tantos nomes que não dá para citar.
No time dos que nunca conseguiram grande sucesso comercial
(mas chegaram bem perto) está o quarteto SACRED
REICH, de Phoenix (conterrâneos do FLOTSAM
AND JETSAM). Após anos de hiato, eles retornaram por volta de 2006, e
fazendo shows pelo mundo todo. E como toda volta que se preze, merecia um disco
de inéditas para comemorar em grande estilo. E eis que chega “Awakening”, quinto “full length” desses
matadores!
Análise geral:
Quem seguia a banda nos seus áureos tempos sabe bem qual o
compromisso dessa gangue: fazer com que seu Thrash Metal duro, feroz e direto ao ponto desça goela abaixo de quem ousar encará-los.
Óbvio que os fãs se perguntarão: o disco está mais para fase
inicial de “Ignorance”, onde o grupo
esbarrava bastante no Hardcore, ou mais próximo a “Heal”, onde se podia perceber toques voltados ao Groove Metal em
voga daqueles tempos?
Pode-se dizer que “Awakening”
é quase que um compêndio da carreira da banda, com momentos mais ferozes como
no início, e outros mais melodiosos como pouco antes de entrarem em seu hiato. Mas é incrível como a energia da banda está
intacta, parecendo até que não existem 23 anos entre ele e “Heal”.
É um disco para dar dores de pescoço agudas!
Arranjos/composições:
O quarteto, para quem conhece, não é muito dado a criar
arranjos excessivos em suas canções, nunca foram de rebuscar excessivamente o
aspecto técnico. Existem sutilezas, boa técnica musical e linhas melódicas
muito bem feitas (uma especialidade da banda), mas a agressividade é uma
constante.
Óbvio que o refinamento dos tempos de “The American Way” e “Independent”
está bem presente, moldando o som do grupo em um formato que o torna acessível
aos fãs de Thrash Metal não tão brutal, mas ainda é mais suficiente para fazer
as paredes tremerem!
Ah, sim: os arranjos estão ótimos, e se encaixam uns nos
outros perfeitamente.
Qualidade sonora:
Arthur Rizk é
quem assina a produção (e já trabalhou com nomes como UADA, CAVALERA CONSPIRACY,
CIRITH UNGOL, CRO-MAGS e muitos
outros), tendo John Aquilino na
mixagem e Maor Appelbaum (que tem no
currículo trabalhos com ANGRA, ANVIL, ARNMORED
SAINT, CANDLEMASS, HALFORD e outros)
fez a masterização. Ou seja, o nível de exigência foi alto em termos de
qualidade sonora, criando algo que mantenha as características sonoras do grupo
evidentes, mas dando-lhe uma modernizada.
Basicamente: claro em termos de timbragem instrumental (pois
tudo soa agressivo, pesado e bem definido), bruto e ríspido até os ossos.
Pode-se dizer que é um “update” muito bem acabado da qualidade sonora de “Independent” e “Heal”.
Arte gráfica/capa:
A capa do disco é o ponto mais “old school”: feita em apenas
duas cores, o desenho vai lembrar os fãs do jeito mais despojado da banda. Mais
uma vez, o mascote O.D. está de volta, pois quem fez a arte da capa é Paul Stottler, o mesmo que trabalhou
com a banda em todas as capas de seus discos (tirando a de “Heal”).
Basicamente, é uma declaração que o SACRED REICH continua furioso!
SACRED REICH ao vivo (Fonte: Facebook) |
Destaques musicais:
Basicamente, “Awakening”
é o típico disco que, quanto mais se ouve, mais se gosta, e não se enjoa. E por
isso, chega a ser sofrido destacar uma ou outra canção.
O disco abre com “Awakening”,
uma pancada reta e direta, sem muitas firulas (como o que se conhece de “Ignorance”), com um refrão poderoso e
ótimo trabalho de baixo e bateria, seguida da intensa e veloz “Divide & Conquer”, que mostra uma
energia absurda (e que fica um pouco mais lenta no refrão, onde melodias surgem
e grudam nos ouvidos). “Salvation” tem
tempos um pouco mais lentos, mas com uma pegada extremamente pegajosa e com
melodias evidentes (e que arsenal de riffs esses caras tem). Apesar do início e
refrão lentos, “Manifest Reality” é
outra incitação explícita ao moshpit, veloz e pegajosa, com elementos claros
vindos do HC/Crossover norte-americano (riffs insanos e solos bem feitos presentes),
enquanto aquele Thrashão mais cadenciado e pegajoso dá as caras em “Killing Machine” (como a bateria está ótima
nessa música, com técnica e viradas excelentes, embora a solidez das conduções
seja sua prioridade). Em uma pegada mais Hard Rock/Rock ‘n’ Roll à lá “Ask Ed” (de “Heal”) é apresentada em “Death
Valley”, onde os vocais estão de primeira, com boas variações de timbre. Mais
pancadaria HC/Crossover aparece de novo em “Revolution”,
onde a técnica instrumental é simples (mas nada trivial), justamente fazendo-a
tão pegajosa e simples de gostar. Um pouco mais melodiosa e expondo toda a
carga de influências de Hard Rock e Southern Rock da banda é “Something to Believe”, onde o baixo
mostra sua boa técnica, mas impossível não falar das guitarras (mais uma vez
excelentes), e a bateria segura e firma.
Conclusão:
O SACRED REICH
era uma das poucas bandas de seu tempo que havia retornado e ainda não havia
lançado material novo. Mas “Awakening”
fez cada segundo da espera valer a pena, e cujo defeito é ser curto demais!
Clássico como “Independent” ou “The American Way”? Só o tempo pode responder a esta pergunta, mas é fato que este é mais um ótimo disco do quarteto.
Hey, Phil, Wiley, Joey, Dave: we want to
hear more of you as soon as possible!!!
Nota: 9,3/10,0
Awakening
Manifest Reality
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