sexta-feira, 23 de agosto de 2019

AEGONIA - The Forgotten Song


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. In the Lands of Aegonia
2. Rain of Tears
3. With the Mists She Came
4. Restless Mind
5. Dreams Come to Me
6. Battles Lost and Won
7. The Offer
8. The Stolen Song
9. Gone
10. The Severe Mountain
11. A Bitter Fate
12. The Ruins of Aegonia


Banda:


Elitsa Stoyanova - Vocais, Violino
Nikolay Nikolov - Guitarras, Vocais, Kaval
Atanas Georgiev - Baixo
Ivan Kolev - Bateria


Ficha Técnica:

Nikolay Nikolov - Gravação, Mixagem, Masterização
Neli Gancheva - Oboé em “Valley of the Vale”


Contatos:

Site Oficial: http://aegonia.com/bg/
Assessoria: https://www.metalmessage.de/ (MetalMessage)


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Via de regra, os países europeus que fizeram parte do bloco socialista após a segunda Guerra Mundial, ou que estiveram sob um regime nos moldes da antiga U.R.S.S., manifestam um lado voltado ao Folk/Pagan Metal. Conforme entrevistas com membros de bandas desses países, esta “busca” pelas velhas culturas é árdua, uma vez que os regimes supracitados tenderam a erradicar o paganismo (um ótimo exemplo foi a caçada de Mao Tsé-Tung aos templos budistas, quase destruindo o Kung Fu Shaolin), mas mesmo assim, ela existe.

Dessa forma, não é de estranhar que o trabalho de bandas e mais bandas do leste europeu sejam permeadas por elementos pagãos e Folk. E o AEGONIA, da Bulgária, é mais um deles, conforme “The Forgotten Song”, primeiro disco do grupo, deixa claro.


Análise geral:

O quarteto cria algo que transpira toda uma aura Folk/Pagan mixada a ambientações Doom/Gothic modernas, criando algo melancólico e que envolve o ouvinte, permitindo uma viagem mental pelo passado. Mas é bom saber que as canções do grupo mostram peso e energia, e eles mostram personalidade bem própria.

Sem querer estabelecer comparativos que influenciem demais os leitores, o trabalho do grupo vai lembrar uma mistura de elementos usados por nomes como TRISTANIA, TIAMAT antigo (da época de “Wildhoney”) e THE SINS OF THY BELOVED com partes folk à lá KORPIKLAANI em seus momentos mais densos e introspectivos (como pode ser ouvido em “Pine Woods”).

Sim, é muito bom mesmo!


Arranjos/composições:

Tal tipo de trabalho exige sabedoria em termos de arranjos, e eles mostram isso em todo disco.

O grupo faz uso de violino e kaval (um tipo de flauta) para criar suas partes folk, se afastando de outros que não sejam guitarras, baixo e bateria. Nisso, se percebe que o grupo é realmente um pouco mais voltado aos aspectos mais pesados do Metal, sabendo usar os instrumentos clássicos para criar suas ambientações.

Óbvio que há um dinamismo em termos de arranjos, bem como contrastes entre o suave e melancólico com partes mais pesadas, mas sempre sem ser algo que choque os ouvidos. Longe disso, a suavidade é uma marca registrada da banda.


Qualidade sonora:

Como o grupo foi criado por Nikolay Nikolov e Elitsa Stoyanova em 2011, ele cuidou da gravação, mixagem e masterização de “The Forgotten Song”, criando algo limpo e bem definido, mas com peso nas devidas proporções quando exigido (especialmente nos momentos de vocais com timbres urrados). Pode não estar 100% dentro do que o grupo precisa, mas está de bom nível.


Arte gráfica/capa:

O grupo mostra algo mais simples como capa do disco. Algo que remete ao conteúdo musical, óbvio, mas simples, permitindo que as atenções fiquem todas na música.

AEGONIA ao vivo

Destaques musicais:

12 boas canções desfilam pelos alto-falantes, mostrando que o AEGONIA tem potencial para se firmar como um grande nome do gênero.

As melhores canções: a densa “In the Lands of Aegonia”, que antecede a Folk/Gothic “Rain of Tears” (uma canção rica em ambientações, com ótimas partes de vocais femininos e violinos, mas com a presença marcante do baixo nos momentos limpos), as belas flautas e partes introspectivas de “With the Mists She Came” (lindas linhas melódicas com guitarras mostrando riffs de primeira), o jeito Doom/Gothic tradicional de “Restless Mind”, o jeitão mais melancólico e profundo de “Battles Lost and Won” e de “The Offer”, e o Folk Metal introspectivo mostrado em “Gone”, em que pese o fato do disco inteiro ser muito bom. Tanto que parecem veteranos em termos de profissionalismo e musicalidade.


Conclusão:

Óbvio que o AEGONIA tem talento suficiente para ir ainda mais longe do que aquilo que compuseram para “The Forgotten Song”, mas por agora, é uma ótima pedida, realmente.


Nota: 8,3/10,0


Restless Mind



Bandcamp

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